Terça livre: O futebol, o racismo e a internet

Mesut Özil, jogador da Alemanha e campeão da Copa do Mundo de Futebol de 2014 anunciou a sua aposentadoria. Ao contrário do que normalmente acontece o jogador não se aposentou porque estava velho. Ele tem apenas 29 anos e poderia até participar da próxima Copa do Mundo. Ele tomou essa reação por causa de racismo vindo da própria Federação Alemã de Futebol, porque o jogador tem descendência proveniente da Turquia. O meu intuito aqui não é explorar esse fato em detalhes (vocês podem ler todo o depoimento dele aqui), mas gostaria de chamar atenção para um trecho:
“Eu sou alemão quando ganhamos, mas sou um imigrante quando perdemos. Mesmo pagando os meus impostos na Alemanha, doando equipamentos para escolas alemãs e ganhando a Copa do Mundo de 2014, eu ainda não sou aceito na sociedade. Eu sou tratado como sendo ‘diferente’ (…) Existe algum critério para ser completamente alemão que eu não sigo? Meus amigos Lukas Podolski e Miroslav Klose não são nunca referidos como Alemães-Poloneses, então por que eu sou Alemão-Turco? É por causa que é a Turquia? Por que eu sou Muçulmano?”
Eu provavelmente poderia fazer aqui uma lista de jogadores que se sentem assim. Lukaku, jogador da Bélgica, já falou em várias entrevistas que o mesmo acontece com ele. Esses fatos já são absurdos por si só, mas o meu desabafo de hoje não é só por causa das Federações de futebol e suas políticas ou sobre os torcedores que vão aos jogos. Porque isso pode parecer meio longe para quem não curte futebol. O meu desabafo aqui é sobre reações muito parecidas aqui no local que todo mundo frequenta: o das redes sociais.
